sábado, 9 de junho de 2012

É HOJE...


O Baú da Gaiatice, do poeta Arievaldo Viana, narra episódios curiosos de personalidades anônimas

Relatos de um humor do sertão

Republicação da coletânea O Baú da Gaiatice traz episódios e personagens curiosos do imaginário popular do sertão

Trazendo à tona histórias de humor de personagens do sertão nordestino que misturam fantasia e fatos reais, a coletânea de crônicas, anedotas e literatura de cordel O Baú da Gaiatice, do poeta Arievaldo Viana, tem sua terceira edição publicada pela Editora Assaré. O lançamento ocorre hoje no Teatro Chico Anysio.

Originalmente lançada em 1999, a obra tornou-se um clássico do gênero, recebendo elogios de jornalistas e pesquisadores como Blanchard Girão, Barros Alves, Ribamar Lopes, Falcão, Tarcísio Matos e Juarez Leitão. O material do livro veio de crônicas publicadas na extinta revista Varal, no O POVO e em publicações sindicais como a Pérola Negra, do Sindicato dos Petroleiros, entre outras fontes. A coletânea contou com ilustrações de Klévisson Viana, Jefferson Portela e do próprio Arievaldo.
Parte do apelo da obra reside na narração de episódios curiosos de personalidades até então anônimas. Arievaldo, na companhia do poeta e boêmio Pedro Paulo Paulino, costumava se embrenhar pelo sertão e visitar bares, registrando as histórias mais interessantes que ouvia. Uma das crônicas narra o caso de Broca da Silveira, exemplar arquetípico do nordestino pobre, semianalfabeto e cheio de espertezas. Certa vez, Broca foi preso em São Paulo e subornou o médico da penitenciária para que lhe desse uma droga que fazia com que seu corpo parecesse morto. Conseguiu, então, embarcar em uma urna funerária de volta para o Nordeste.
Na época, o jornal O Estado estampou a matéria Preso o maior falsário brasileiro. “O personagem é real, mas ele contava toda história com muita empolgação, você não conseguia discernir o que era verdade e o que era fantasia”, afirma Arievaldo. O autor sempre teve uma admiração grande pelos anti-heróis espertalhões da literatura de cordel, gênero literário com o qual teve contato ainda na infância, por meio de folhetos lidos em voz alta pela avó. “Praticamente fui alfabetizado a partir desses materiais”, diz.
Um dos capítulos da obra é dedicado à literatura de cordel. Arievaldo é considerado atualmente um dos principais expoentes do gênero. No livro, o autor apresenta seus próprios folhetos e outros escritos em parceria com Jota Batista, Pedro Paulo Paulino, Klévisson Viana e Sílvio Roberto Santos, trabalhando temas como a clonagem da ovelha Dolly, a história de um poeta que adquiriu uma boneca inflável e até mesmo uma sátira intitulada Descaminhos das Índias ou o Indiano que casou com uma cachorra, incluída exclusivamente na terceira edição da obra. Personalidades famosas aparecem em histórias como A peleja de Zé Limeira com Zé Ramalho da Paraíba e Carta de um jumento a Jô Soares.

 Uma das intenções de Arievaldo é resgatar a história do sertão de décadas passadas. “Hoje, o sertão está muito diferente, tem Internet, antena parabólica. O próprio forró está descaracterizado”, afirma. No livro, o autor apresenta situações e cenários de um Nordeste que não existe mais.

Sertanejo de raiz, Arievaldo desenha e escreve cordéis desde a infância. Trabalhou em programas humorísticas na TV Manchete e na Rádio Cidade. Como escritor, tem mais de cem folhetos de cordel e cerca de vinte livros publicados.

O lançamento da nova edição de O Baú da Gaiatice no Teatro Chico Anysio contará com a participação do cantor e compositor Jota Batista e do humorista cearense Zebrinha, além de leituras descontraídas das anedotas presentes no livro.

Serviço
O Baú da Gaiatice
O quê: lançamento da terceira edição da coletânea de humor

Onde: Teatro Chico Anysio (avenida da Universidade, 2175 – Benfica)
Quando: hoje, a partir das 19h30min

Preço do livro: R$ 20,00

Por GEORGE PEDROSA, Vida & Arte (O POVO)

sexta-feira, 8 de junho de 2012

LANÇAMENTO

GAIATICE CEARENSE REEDITADA

Inventário do humor cearense, "Baú da Gaiatice", de Arievaldo Viana, ganha nova edição
Quem já riu com as histórias de Seu Lunga, as aventuras do Bode Ioiô, de João Grilo e até mesmo os incontáveis personagens do mestre Chico Anysio, não tenha dúvida: só uma parte é mentira. Prova disso está no livro "Baú da Gaiatice", de Arievaldo Viana, que faz um mergulho no sertão cearense e resgata causos e narrativas em cordel de figuras ímpares quando o assunto é gozação. Traço recorrente do que seria a identidade do cearense, o humor gaiato age com toda sua sagacidade nas histórias contadas pelo autor.

O livro, lançado originalmente em 1999, ganha agora sua terceira edição, pela Editora Assaré, com uma versão corrigida e ampliada. O lançamento será neste sábado, dia 9, às 19h30, no Teatro Chico Anysio (Benfica) e conta com cerimonial do humorista Zebrinha.

"Tem causos, tem versos, crônicas. Material, por exemplo, que escrevi para a revista Varal, em parceria com o jornalista Tarcísio Matos. Eu sou uma espécie de organizador. Me encarreguei de tecer as tramas e ambientar os personagens", detalha Arievaldo Viana, que, em suas andanças pelo sertão, se encarregou de reunir e registrar causos engraçados e personagens dessa cultura da "fuleragem", explica.

Madalena, Itatira e especialmente Canindé, terra natal do autor, são exemplos das cidades onde destilam irreverência personagens como Broca da Silveira, Zuca Idelfonso, o profeta Zé Freire, o boiadeiro Zé Adauto Bernardino, que permaneciam no anonimato, e mesmo o canindeense Miguel Carpina - já imortalizado na obra "Sertão Alegre", de Leonardo Mota.

"A maioria desses matutos retratados já é falecida. São de uma época em que sertão tinha cantadores, chapéu de couro. Hoje qualquer lugar tem parabólica, garotos usam piercing. Esse que eu relato é o sertãozinho de antigamente", conta o autor. Ele lembra que muitos dos causos foram registrados durante uma temporada em Canindé, quando, acompanhado do poeta Pedro Paulo Paulino, costumavam frequentar os bares e anotar histórias que consideravam interessantes.

Tarcísio Matos, um dos parceiros de Ari no livro, considera a obra a própria personificação do autor. "O Ari tem de memória causos os mais engraçados, inteligentes, granjeados da oralidade, do repórter que bem o é. Claro que com o toque especial de quem sabe o Ceará moleque como poucos", destaca. Os personagens "carpinianos", acrescenta o humorista - em alusão às tiradas de Miguel Carpina - guardam o "jeitão próprio do fazer e do dizer da ´fulerage´ cabeça-chata".

Reedição

Estreia de Ari como escritor, com tiragem inicial de dois mil exemplares, "Baú da gaiatice" teve segunda edição lançada em 2002. "Ele esgotou no mesmo ano que foi lançado. Foi bem acolhido também pela crítica. Para ter uma ideia, eu não tinha sequer um exemplar. Tive que recorrer a um amigo para me emprestar para essa segunda edição. Em 2002 saiu a segunda tiragem, 2 mil exemplares, que rapidamente se esgotaram", recorda.

A nova versão do livro foi ampliada de 132 para 240 páginas, com novas histórias e cordéis, tendo ainda o texto revisado e ganhando ilustrações. "Essa terceira edição tem texto em parceria com meu irmão Klevisson Viana, com o Pedro Paulo Paulino e até um texto que fiz na década de 1980, com o Sílvio Roberto Santos. Tem ainda muitos desenhos meus, do Klévisson e xilogravuras populares", pontua o autor.

"Dei mais ênfase à poesias de minha autoria ou em parceria com outros poetas, como o Pedro Paulo Paulino. É um livro muito voltado para o público do Estado. Pode ser entendido em qualquer lugar do Brasil, mas é mais focado nessa coisa do matuto cearense", destaca Ari.

Entre os causos narrados no livro, Arievaldo resgata cenas como quando um enxame de formiga tomou a plantação de Zé Adauto Bernardino.

"Ele narrava a história de uma forma hilária. Que um dia tinha pego seu velho fusca para ver de onde vinha tanta formiga. Após um bom tempo na estrada seguindo o rastro, viu uma formiga com uma bandeirinha do Movimento dos Sem Terra. Perguntou: ´pra onde vocês vão, minha bixinha?´. ´Para fazenda do seu Zé Adauto´", narra Ari, entre risadas.

Outras que têm um fundo de verdade, conta, são as histórias de Zé Freire, matuto que teria casado 33 vezes. "Ele disse que agora casou com uma mulher bem levinha, que forra todo dia a cama dela com bolacha ´Cream Cracker´ e, no outro dia, não tem nenhuma quebrada. E ele vive fazendo brincadeiras com essas coisas de casamento", conta. Uma das histórias de Zé Freire está no cordel "O Homem que Casou com a Serpente", que faz parte do livro.
Mais informações:
Lançamento da 3ª edição do livro "Baú da Gaiatice", de Arievaldo Viana. Sábado, dia 9, às 19h30, no Teatro Chico Anysio (Av. da Universidade, 2175 - Benfica) Contato: (85) 3252.3741
LIVRO
Baú da Gaiatice
Arievaldo Viana
Editora Assaré
2012, 240 páginas
R$ 25

FÁBIO MARQUESREPÓRTER


quarta-feira, 6 de junho de 2012

LANÇAMENTO!


O BAÚ DA GAIATICE será lançado no próximo dia 09 de junho (sábado) no Teatro Chico Anysio (Avenida da Universidade), com apresentações do humorista ZEBRINHA (Jáder Soares), do cantor JOTA BATISTA e contação de causos e anedotas com o próprio autor. O lançamento acontecerá a partir das 19h30 e terá entrada franca.
Preço especial de lançamento: R$ 20,00. COMPAREÇA!

* Caricatura: Zebrinha, por Zhélio - Na montagem abaixo, o livro aparece sobre caricatura do talentoso artista José Hélio Ferreira - o ZHÉLIO. 

Caricatura: Arievaldo, por Jô Oliveira

terça-feira, 5 de junho de 2012

NO CENTENÁRIO DO SENA


A foto acima foi feita durante as comemorações do Centenário do poeta JOAQUIM BATISTA DE SENA, no MIS (Museu da Imgem e do Som). Poetas cearenses recepcionaram o baiano José Walter Pires, membro da ABLC, ocupante da cadeira cujo patrono é J. B. Sena, além de bom poeta e excepcional figura humana, Zé Walter ainda tem a vantagem de ser amigo de Manoel Monteiro (que tem divulgado bastante a sua obra) e do cantor e também cordelista MORAES MOREIRA. Uma noite inesquecível, sem dúvidas. Na foto: Guaipuan Vieira, Klévisson, Crispiniano Neto, Arievaldo Viana, Lucinda (Editora Imeph) e José Walter Pires.


VENCENDO MAIS UMA MARCA!
Em apenas um ano e dois meses de atividades, nosso blog ultrapassou a considerável marca de 150 mil visualizações. Vejam no rodapé, nosso CONTADOR DE VISITAS.

domingo, 3 de junho de 2012

EXPOSIÇÃO ITINERANTE


Eis o convite da exposição itinerante que homenageia o centenário de nascimento de Luiz Gonzaga. O curador é o escritor, músico e designer Bené Fonteles, que acaba de me enviar esse convite ilustrado por uma xilogravura de minha autoria. O título da gravura é "Um forró no Canindé".