sábado, 1 de outubro de 2011

COLABORAÇÃO

AMBIGUIDADES DO SERTÃO EM INCELENÇA DA PERSEGUIDA

Silvio Roberto Santos
Nunca se saberá se não fosse devido à presença de vários não-atores canindeenses (no dizer do diretor  Silvio Gurjão) e o fato de ter sido gravado em apenas cinco dias na Vila Campos, em 2009, o curta-metragem Incelença da Perseguida causaria o interesse que na verdade provoca.  Diz a resenha oficial posta na capa do DVD: “Num sertão de desmandos, a injustiça encontra na inocência sensual de Maria das Graças, vida que custa a morte da mãe e a dor do pai, a cura para o machismo, homens-genitália eternamente na linha da perseguida. Sua paixão santa pelo maior pecador arrebata-o sexualmente, convertendo-o a uma vida de sagrado prazer”. Donde destacam-se óbvios sentimentos opostos: inocência sensual, paixão santa e sagrado prazer, que vão dominar a história no decorrer dos seus 14 minutos. Provinda de antigas tradições ibéricas do sincretismo católico-mourisco, a incelença ou incelência seria um canto utilizado nas cerimônias fúnebres do Nordeste brasileiro. No filme a personagem central vivida pela bailarina Mirela Roza e interpretada na velhice por Erotilde Honório entoa, o que seria a “incelença da perseguida”, num rito de pesar pela sacrificada inocência de meninas violadas por um “rabo-de-burro”, indivíduo tarado, estuprador, no antigo linguajar sertanejo, tema que para ser tratado de forma adequada, se fez necessário seu deslocamento para o passado, devido à, supõe-se, justa severidade com que é punido tal crime no presente. Inocência que não pode ser redimida pelas 30 moedas do personagem interpretado pelo poeta Celso Gois Almeida, sob a sanção dos olhares da religião instituída (Itami de Morais) e garantia de não rebelião das vítimas pela força policial.  Uma hipótese técnica para a narrativa quase sem falas, em que se explora o poder de comunicação das imagens, razão de ser da arte cinematográfica, seria a utilização de amadores (termo aqui não citado de forma depreciativa, mas apenas para diferenciação dos atores profissionais), além dos dois canindeenses já citados, Antonio Osamilca de Abreu, Manoel Leandro Lourenço (Nelzinho), Salvino Lobo e mais algum outro, outra suposição seria a de simples economia de tempo.  Para não entrar em detalhes em que a linguagem do filme contamina a sua própria narrativa, talvez a questão, quase herética, ali proposta fosse: pode um pecador ser libertado por um ato não sagrado, antes pecaminoso? Pode um amor puro ser ofertado de forma pecaminosa? Resposta talvez contida no personagem de Raffael Barroso, que parte para o seminário logo após uma noite de epifania com Maria das Graças (Mirela Roza).  Não teria sido o mesmo castrado ainda nessa noite com a ajuda do louco (Silvio Gurjão)?  Mas não há sangue nesta cena crucial. Há um simbolismo definitivo no crucifixo que é usado pelo pecador já padre. Essa esfinge ainda espera pelo seu próximo espectador. Mas há certa evocação em versos de Balada de Santa Maria Egipcíaca, de Manuel Bandeira:
E fêz um gesto. E a santa sorriu,
Na graça divina, ao gesto que ele fez.

Santa Maria Egipcíaca despiu
O manto, e entregou ao barqueiro
a santidade da sua nudez.
Queira-se ver:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Incelen%C3%A7a

terça-feira, 27 de setembro de 2011

DEU NA IMPRENSA...

ACORDA CORDEL É DESTAQUE EM JORNAL DE GOIÂNIA-GO





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Por: Raphaela Ferro

Fonte: jornal Tribuna do Planalto, Goiânia-GO – nº 1294

“Quando ainda não havia
O rádio e a televisão
E os jornais não chegavam
Pra toda população
O folheto de Cordel
Era o jornal do Sertão

Lendo folhetos, então
O nosso povo sabia
Lenda de rei e princesa
E fato que acontecia...
Por ser cultura do povo
Inda resiste hoje em dia”

Sim, o Cordel ainda resiste, encantado como toda literatura, e de tão importante virou até nome de novela global. Os versos acima, que destacam a importância desse gênero, são do cordelista cearense Arievaldo Viana, criador do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula.
Seu objetivo? Levar esse rico recorte da cultura brasileira às crianças e jovens por meio de palestras e apresentações em escolas. O trabalho inclui também uma caixa de folhetos, que são lidos e trabalhados nas escolas.
E até uma apostila com metodologia de trabalho para o uso do Cordel na Educação foi criada. Nela, Viana explica as origens do gênero, seu desenvolvimento no Brasil, suas regras básicas e como se constrói um folheto.
De tão atrativo, o material se transformou em livro. Com o apoio de algumas prefeituras do Ceará e da Petrobras, virou também um kit, composto por livro, caixa com 12 folhetos e um CD com dez poemas musicados.
O trabalho não ficou restrito ao Nordeste. Viana já levou o projeto às Minas Gerais, Tocantins, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília. “O Cordel não é exclusividade das escolas nordestinas, até porque a arte do trovadorismo está presente no mundo inteiro”, avalia o cordelista.
Não acredita? Viana dá exemplos: o Cordel está também no Cururu de São Paulo, no Calango Mineiro, no Partido Alto, do Rio, nos Gaiteiros gaúchos e também nos peões de rodeio do Cerrado.
“O folheto de Cordel é uma coisa extremamente dinâmica, agradável, de uma leitura muito bonita”. Viana lembra que, quando criança, se esforçou para aprender as letras e juntar as sílabas justamente por conta do desejo de decifrar a mensagem dos folhetos que a avó lia para ele.
Assim também várias crianças nordestinas aprenderam a ler.  É esse entusiasmo com o Cordel que hoje ele tenta passar em suas visitas às escolas.  O cordelista acredita que ter o assunto em sala de aula é importante principalmente no que diz respeito à valorização da legítima cultura brasileira. Mas não pode ser algo obrigatório, alerta ele. “É bom quando há uma empatia tanto por parte do educador quanto dos próprios alunos. E essa empatia só acontece quando o professor sabe realmente o valor daquele texto e sabe explorar as suas possibilidades”.
Só assim, segundo Viana, nasce o interesse no aluno. Artista pernambucano, Cacá Lopes também vê a importância do Cordel na sala de aula.
Ele trabalha há 16 anos com o projeto cultural Cordel nas Escolas, levando informações sobre o assunto para instituições de ensino públicas de São Paulo. Também cordelista, Lopes explica que o o objetivo é aproximar a produção da literatura de Cordel aos projetos de Educação e curriculares.
A iniciativa tem o poder de incentivar a leitura e resgatar uma das mais autênticas expressões culturais do povo brasileiro. “O Cordel, durante muito tempo, foi o principal veículo de comunicação e de aprendizagem da nossa gente sertaneja”, lembra.
Espaço privilegiado

Lopes explica que trabalhar os folhetos como ferramenta pedagógica não é obrigatório para as escolas, mas tem sido prática comum em instituições de ensino de todo o país.
Inclusive nas instituições de Ensino Superior, por causa da importância e do grande valor que o Cordel tem na Educação. “Escolas e universidades ressaltam o valor cultural de rica variedade temática desse recurso literário”.
Viana comenta que há várias maneiras para se trabalhar o Cordel em sala de aula. Ele propõe que, inicialmente, a melhor proposta é ler um folheto em voz alta. Primeiro o professor, depois os alunos. “A partir daí, as crianças vão adquirindo intimidade com o texto”.
Com mais conhecimento sobre o assunto, os estudantes usarão o Cordel como qualquer outro material paradidático: apresentações teatrais, ilustrações baseadas no texto, questionários, debates sobre os temas apresentados, etc.
Outra boa iniciativa é formar uma Cordelteca (biblioteca de Cordel) na escola. Nesse espaço, os alunos terão à disposição clássicos do gênero, folhetos que atravessaram gerações e também o melhor da nova produção poética do país. Para ele, tudo o que é necessário para que aluno e professor se aproximem mais do Cordel e passem a buscar os textos espontaneamente. Outra sugestão de Viana é levar os poetas à escola, para que eles realizem palestras e apresentações.
As releituras de grandes obras da literatura brasileira e universal, adaptadas para o Cordel em novo formato, também são boa opção pedagógica.
“É o caso de Corcunda de Notre-Dame em Cordel, de João Gomes de Sá, em que os famosos personagens da obra de Victor Hugo são transportados da França para uma pequena cidade do interior do Nordeste”, cita ele.
Literatura menor?

O Cordel demorou tanto a chegar à sala de aula por causa do preconceito. Por quê? “Alguns desavisados ainda relacionam Cordel com poesia matuta e essa confusão contribui para deturpar a nossa arte e para que alguns acadêmicos ainda torçam o nariz e o vejam como uma arte menor”, aponta Viana.
E complementa: “Isso não é verdade!” Inclusive para ter mais aceitação, muitos novos autores já procuram se adequar às normas gramaticais, o que não é uma exigência. “O Cordel é uma escola literária. Muitos representantes da nova geração são conscientes da importância do folheto como ferramenta auxiliar na Educação e procuram colocar as coisas em seu devido lugar”, completa.
Brasileiro importado
É brasileiro sim, pois surge hoje do cotidiano dos nordestinos, mas a origem do Cordel é europeia.  Segundo o cordelista Arievaldo Viana, o estilo literário tem origem ibérica e veio na bagagem do colonizador europeu. Mas chegou ao Brasil meio pobre, sem assunto.
“O romanceiro popular nordestino é seguramente o mais rico do mundo, tanto em quantidade de obras e autores, quanto na qualidade dos textos apresentados até aqui”, conta Viana.
Contudo, a origem ibérica é questionável. Também cordelista, Cacá Lopes afirma que não há consenso sobre como o Cordel chegou ao Brasil.
De acordo com Lopes, durante muitos anos, pesquisadores buscaram o caminho mais fácil para explicar a gênese do Cordel no país.
“A maioria, até final da década de 80, atribuía ao Cordel uma herança ibérica, por achar que no Cordel brasileiro residiam elementos iguais e semelhantes ao produto português ou espanhol”.
O problema é que o Cordel português é bem diferente do brasileiro. Aquele se pautava em reproduzir obras clássicas, mas não apresentava produção escrita própria e autônoma como a do Brasil.
“Eles [os pesquisadores] teimavam em ignorar a originalidade do nosso produto e necessitavam de um cordão umbilical transatlântico para corroborar a importância do Cordel”, critica Lopes.
Foi no Nordeste brasileiro mesmo que o Cordel ganhou vida. “A sua relevância histórica vem do Nordeste, que o transformou em uma das mais ricas manifestações culturais a partir das últimas décadas do século 19”.
O que possibilitou isso, diz o cordelista, foi a chegada de quatro poetas paraibanos à Recife. Foram eles os responsáveis pela geração princesa do Cordel: Silvino de Pirauá de Lima, Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athaíde e Francisco das Chagas Batista.

Quer saber mais?
Para quem deseja entrar no mundo encantado dos Cordéis há várias opções:
* Breve História da Literatura de Cordel

A dica é do cordelista Cacá Lopes. O livro foi escrito por Marco Haurélio e conta com o aval do doutor em Cordel (Ciência da Literatura), Aderaldo Luciano. A obra narra as origens do Cordel
e apresenta suas influências na cena cultural brasileira.
* Cordelivros
 

Essa é a dica do cordelista Arievaldo Viana. Ele indica a leitura de qualquer cordelivro, mas há três específicos de sua autoria: A Raposa e o Canção, Padre Cícero, o Santo do Povo e A Ambição de Macbeth e a Maldade Feminina.
* Série Literatura de Cordel na Escola – TV Escola

O caderno Escola também tem uma dica. A TV Escola fez uma série de cinco programas sobre a Literatura de Cordel na Escola, com o objetivo de discutir as origens desse gênero literário e sua presença nas escolas de Ensino Fundamental. Dá para conferir no site http://tvescola.mec.gov.br.

LINK PARA O JORNAL: http://www.tribunadoplanalto.com.br/escola/12705-no-ritmo-das-rimas-nordestinas-

Detalhe de uma das páginas da publicação (Clique para AMPLIAR)

EXPOSIÇÃO DE JÔ OLIVEIRA


De Recife, o ilustrador JÔ OLIVEIRA nos manda fotos de sua bem sucedida exposição realizada no Espaço Cultural dos Correios. Na mostra, há um espaço reservado para Literatura Infanto-Juvenil, área na qual nos temos diversas parcerias. "Pavão Misterioso", "O bicho folharal', "A ambição de Macbeth e a maldade feminina (Ed. Cortez, PNBE 2010), "João de Calais e sua amada Constança" (FTD, selecionado para o PNBE 2012), além da coleção "Era uma vez... Em Cordel", da Globo Livros, que estreou com dois títulos: "A peleja de Chapeuzinho Vermelho com o Lobo mau" e "O coelho e o jabuti". O próximo lançamento será 'João Bocó e o ganso de ouro'.


Ao fundo, ilustrações de '12 Contos de Cascudo" em folhetos de Cordel
e 'Ambição de Macbeth', trabalhos que realizamos em parceria

Eis um resumo do texto de apresentação da exposição em cartaz no Recife:

"
Cultura popular,brasilidade e africanismo, personagens históricos, estórias infantis e clássicas: Jô em toda parte. A partir daí, é traçada uma breve definição da exposição Jô Oliveira: imagem e leitura, uma visão nordestina, que entra em cartaz no Centro Cultural Correios (Recife) no próximo dia 21.09 , com vernissage na terça, dia 20 às 19h. Pernambucano radicado em Brasília e reconhecido internacionalmente, o ilustrador retorna à casa trazendo uma trajetória de mais de 40 anos de trabalho.
Com um extenso currículo em ilustrações, selos postais, histórias em quadrinhos, cartazes, livros infantis, ilustrações para jornais e revistas, e não obstante toda sua vivência internacional, Jô sempre traz em seus trabalhos as cores e traços próprios que remetem a estética colorida do Nordeste. Suas obras fazem referências às manifestações populares locais, mesmo quando narram contos e histórias tradicionais de outros países.
A mostra do CCC apresentará aproximadamente 80 obras, divididas em seis temas principais: Brasilidade e Africanismo; Brasil nos tempos coloniais; personagens históricos (cangaceiros, cordelistas e cantores); lendas brasileiras, festas populares; e histórias clássicas e infantis. Será apresentado também o trabalho do artista na produção de selos, desde 1976, que conta com 49 peças, mais quatro blocos postais, incluindo o bloco “Lendas do Folclore Brasileiro” que fará parte da Brapex - Exposição Filatélica Nacional - deste ano (de 03 a 09 de outubro no Centro Cultural Correios). Entre os selos mais significativos que fazem parte da exposição estão uma homenagem aos 100 anos do Frevo, um alusivo ao São João de Caruaru e alguns sobre mamulengos.
“Sou imensamente agradecido aos Correios pelo convite para realizar esta exposição. Já fui premiado pelo Salão de Humor de PE, fiz selos para o estado e conheço J. Borges, mas é a minha primeira exposição individual em Pernambuco!”
Outra curiosidade é o trabalho de Jô Oliveira relacionado ao cordel. O ilustrador apropria-se de uma estética comum à xilogravura, aplicada à técnica de aquarela em seus livros de histórias infantis. Entre os novos contos, estão A Peleja de Chapeuzinho Vermelho e O Coelho e o Jabuti, os dois em parceria com o cordelista Arievaldo Viana e lançados na Bienal do Livro do Rio neste mês de setembro. Na mostra do CCC, o público poderá conferir doze contos em folheto de cordel, baseados na obra de Câmara Cascudo."
 
 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

QUINTINO CUNHA


A internet sempre nos traz boas surpresas. Procurando textos sobre o grande poeta e humorista cearense Quintino Cunha, deparei-me com esse artigo, extraído do DICIONÁRIO AMAZONENSE DE BIOGRAFIAS, publicado no site Portal Amazônia. Em determinado período da sua juventude, Quintino resolveu conhecer a Região Norte do país, onde passou alguns anos de sua vida. Eis o texto publicado no site amazonense:


 
Bem poucos, em Manaus,  sabem a respeito da interessante figura humana e do talentoso poeta José Quintino da Cunha, nascido em Uruburetama (Ceará), a 24 de julho de 1875. Todavia, tem-se como certo haver realizado seus estudos, inicialmente, na Escola Militar da qual se afastou, deixando assim de seguir a carreira das armas. Imigrou para o Amazonas no final do século passado, quando ainda vivíamos o esplendor do comércio da borracha, lá permanecendo por mais de um qüinqüênio, demoradamente nas terras banhadas pelo Solimões. 
Homem de grande inteligência e estudioso vocacional foi desenvolvendo a sua cultura nas letras jurídicas. 
Em Manaus, resolve obter uma Provisão para advogar no Fórum das Comarcas daquele rio, nas quais judicavam titulares eméritos. Tudo conseguiu, como os favores da lei. 
Quintino Cunha não possuía uma formação acadêmica e um lastro de conhecimentos jurídicos sistematizados, capazes de enfrentar problemas de alta relevância, mas sobrava-lhe a acuidade com que se distinguem as mentalidades de escol, começando por ser um orador de empolgantes recursos. O seu pequeno cabedal de jurisprudência, na tribuna e nos autos, valia-lhe, na defesa das causas que patrocinava. A palavra falada, sobretudo, era a sua grande arma. 
Várias vezes, em Manaus, o professor Agnello Bittencourt, ouvi-o nos comícios cívicos arrancando aplausos das multidões. E não comparecia a uma dessas reuniões populares que não fosse imediatamente aclamado para subir à tribuna.
Poeta de inatas qualidades, escreveu um soberbo volume intitulado “Pelo Solimões”, que foi editado em Paris, pela “Livraria Aillaud & Cia.”, no ano de 1907, tornando-se grande amigo de J. Aillaud. Fez – se também amigo de Faguet, “a primeira cabeça da Academia Francesa”, no seu entender. “Pelo Solimões” é um escrínio de jóias admiráveis.
 O acadêmico Raymundo Magalhães Júnior, no seu livro “Antologia de Humorismo e Sátira” (Ed. Civilização Brasileira, Rio, 1957, pág. 185), escreveu a seu respeito: “Boêmio incorrigível, viveu sempre em meio das maiores dificuldades financeiras agravadas pelos encargos de sua família numerosa e sucessivos casamentos. Morreu quando beirava os oitenta anos: a 1.° de junho de 1943”.  
Depois que deixou o Amazonas, formou-se em Direito pela Faculdade do Ceará, a 3 de dezembro de 1909, tendo exercido a advocacia em todo o nordeste. Segundo Eli Behar em “Vultos do Brasil”, pág. 75, é a seguinte a sua biografia: “Os Diferentes” (contos) 1895, “Cabeleira” (elegia), “Baturité” (versos norte-brasileiros); 1902; “Pelo Solimões” 1907; “Campanha Prorabelo”, Fortaleza (1912); “O Estilo na Jurisprudência” (tese de concurso); “Venceremos”, discursos, 1930; “Os mártires das Selvas (romance amazonense); “Folhas de Urtiga” (sátiras e epigramas); “Vir para Voltar” (romance cearense); “De mim para os meus”, (romance sobre a seca de 1932); “A Vida no Ceará”. 
O grande humorista e poeta foi Deputado à Assembléia Legislativa do Ceará, em 1913 e pertenceu ao Centro Literário e à Academia Cearense de Letras, na segunda fase. 
Fonte: BITTENCOURT, Agnello. Dicionário Amazonense de Biografias: vultos do passado. Rio de Janeiro. Conquista, 1973. Pág. 415-416.

Extraído do sítio: http://www.portalamazonia.com.br/blogs/quintino-cunha-%E2%80%93-rio-negro-e-solimoes-1907/


domingo, 25 de setembro de 2011

O DISCO DA SEMANA

Luiz Gonzaga – A festa


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Essa é uma colaboração de Antonino Oliveira de Ananindeua – PA.
‘Ei-lo de volta com “A Festa”. O nunca envelhecido e insuperável intérprete da alma do sertão, da gesta cantadoresca do seu povo sofrido, o poeta sonoro da terra devastada, cheio de graça, pleno de harmonia, todo feito de tristeza, doçura e bondade. Com seu eterno gibão e seu chapéu de couro de barbicacho passado, onde esplendem, cheias de som e rutilância as estrelas da noite e o sol dardejante do arcano nordestino.’(Trecho extraído da contra capa, escrito por Nertan Macedo)
Participação especial de Milton Nascimento na faixa “Luar do sertão”, um clássico de autoria de Catulo da Paixão Cearense; de Dominguinhos na música de sua autoria em parceria com Fausto Nilo, “Depois da derradeira”; de Emilinha Borba em duas faixas, “Paraíba” e “Depois a gente ajeita”; de Gonzaguinha, filho do Rei, na música “Não vendo nem troco”; de Nelson Valença em composição própria “Pesqueira centenária”; e de José Marcolino, também em música de sua autoria, “Cacimba nova”.


gonzaga-verso


Arranjos do maestro Orlando Silveira e Guio de Moraes, notório compositor. Produtor independente, Luiz Bandeira, os acordeons foram gravados por Orlando Silveira, Dominguinhos e Romeu Seibel, destaque para a ciranda “Portador do amor” de Luiz Bandeira e Julinho.


Luiz Gonzaga – A festa
1981 – RCA
* 01. Luar do sertão (Catulo da Paixão Cearense)
* 02. Lampião falhou (Venâncio – Apariocio Nascimento)
* 03. Depois da derradeira (Dominguinhos – Fausto Nilo)
* 04. Paraíba (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
* 05. A ligeira (Guio de Moraes – Haroldo Barbosa)
* 06. Ranchinho da paia (Francisco Elion)
* 07. Não vendo, nem troco (Gonzagão – Gonzaguinha)
* 08. Portador do amor (Luiz Bandeira – Julinho)
* 09. O resto a gente ajeita (Luiz Gonzaga – Dalton Vogeler)
* 10. Os bacamarteiros (Janduhy Finizola – Luiz Gonzaga)
* 11. Pesqueira centenária (Nelson Valença)
* 12. Cacimba nova (José Marcolino)

Para baixar esse disco, clique aqui.

Fonte: http://www.forroemvinil.com/